São filmes polêmicos, emocionantes e assustadores. Já estiveram dentro do vídeo-cassete de muita gente e até hoje, quando são exibidos, reúnem várias pessoas na frente da televisão. Mas você se lembra que eles foram indicados ao maior prêmio do cinema mundial? Nenhum deles venceu, mas estar entre os melhores filmes já é um feito incrível, levando em consideração que são de gêneros diversos e possuem temáticas curiosas. Na próxima vez que for assistir a algum desses filmes, se lembre que é um clássico que fez história e não apenas um filme antigo.
Laranja Mecânica (A Clockwork Orange)
Esse é um daqueles filmes que deixam fãs mas também odiadores. Laranja Mecânica, diferentemente dos outros sucessos da lista, não é comumente exibido na TV aberta. O motivo disso talvez seja porque é um filme relativamente antigo ou, mais provavelmente, pela suas fortes cenas, como um violento estupro a uma mulher que tem como fundo musical a música “Singin' in the Rain”. A história problemática de Alexander DeLarge (Malcolm McDowell) e o chocante tratamento a que foi submetido para deixar o crime foi indicada ao prêmio de Melhor Filme ao Oscar em 1972, também recebendo outras indicações importantes como a de Melhor Diretor (Stanley Kubrick). Mesmo depois de quase 40 anos, o filme ainda causa admiração e aversão a todas as pessoas que o assistem, ou pela primeira vez ou depois de várias. Mesmo com uma temática polêmica e censurado em vários países, o filme, como muitos nem sabiam ou não lembravam, recebeu a mais importante indicação ao mais importante prêmio concedido a filmes, marcando a história do cinema mundial.
O Exorcista (The Exorcist)
Quem já assistiu ao filme “O Exorcista” e diz que nunca sentiu um arrepio ao ouvir os gritos da simpática garotinha Regan, está mentindo. Referência para qualquer filme de terror, suspense e até outros gêneros, é o típico filme que faz as mães proibirem as crianças de assistir, que reúne os amigos em casa para uma noite assustadora e que causa náuseas em que não tem o estômago forte. Regan MacNeil (Linda Blair – que recebeu um Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar como melhor atriz coadjuvante pelo seu papel no filme, na época com 14 anos), tem o seu corpo invadido pelo demônio Pazuzu. Sua mãe, desesperada com as mudanças no comportamento e na aparência da filha, recorre ao exorcismo como último recurso depois de fracassadas tentativas com psiquiatras. Cenas ainda atormentam várias pessoas que assistiram ao filme. A face desfigurada e esverdeada de Regan, as cenas dela urinando no chão de uma sala lotada, se contorcendo assustadoramente na cama ou vomitando no rosto do padre que chefia o seu exorcismo estão entre as mais chocantes e memoráveis do cinema. Quem não gosta desse tipo de filme, ainda não consegue acreditar ou nem imagina que o filme recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme de 1973.
Tubarão (Jaws)
Um dos maiores clássicos do gênero suspense/terror, dirigido por Steven Spielberg, “Tubarão” já deixou muita gente com aquele friozinho na barriga durante as várias tardes em que foi exibido na Sessão da Tarde. Brody (Roy Scheider), xerife da cidade onde se passa a história, tenta fechar a praia onde foi encontrado o corpo de uma garotinha supostamente morta pelo “protagonista” do filme, mas o prefeito não permite. Depois de ocorrer outro ataque, pescadores da região iniciam uma caçada ao tubarão visando uma recompensa que foi oferecida, iniciando-se também uma onde de ataques realizados pela fera; cenas super produzidas, com um realismo que prende a atenção de todos os telespectadores. Isso tudo sem falar na eletrizante trilha sonora do filme. Poucas vezes, uma música, como o famoso “tan, tan, tan, tan, tan...”, que vai acelerando o ritmo a medida que o tubarão se aproxima da vítima, fez tanta história. É imitar essa famosa melodia que qualquer um remete imediatamente ao filme. Filme polêmico e que deixou sua marca no cinema permanentemente, foi indicado ao Oscar de Melhor Filme em 1976, feito que raramente é alcançado por um filme do gênero.
Ghost - Do outro lado da vida (Ghost)
Provavelmente você conhece alguém, talvez uma tia gordinha simpática, que desaba em lágrimas só de ouvir “Oooooh my love...”, início da música tema do filme “Ghost”, certo? Esse é um filme que pode passar, e que passa, várias vezes por ano na TV aberta e que em que em todas as vezes ele emociona e diverte, segurando todos na frente do televisor pelo menos até a hora do intervalo. Sam Wheat (Patrick Swayze) e Molly Jensen (Demi Moore) são um casal derretidamente apaixonados que vive em Nova York. Um dia, Sam é morto por um homem em um assalto planejado por seu “amigo”, Carl Bruner (Tony Goldwyn), que buscava adquirir informações sobre o banco em que ele e Sam trabalhavam para negócios ilegais. Sam, agora como fantasma entre os humanos, conhece Oda Mae Brown (Whoopi Goldberg), que é capaz de ouví-lo mesmo em sua forma atual. A atuação de Whoopi Goldberg nesse filme é incrível, fazendo que quem assista ao filme dê risadas e se emocione com a vigarista que serve como intermediária entre Sam e Molly, na tentativa de Sam em proteger sua amada de criminosos e aproveitadores. A inesquecível história do amor que resistiu até a morte não recebeu a estatueta de Melhor Filme em 1991, mas sim, mereceu a indicação que muitas pessoas que assistem sempre que é exibido nem sabem que aconteceu.
A Bela e a Fera (Beauty and the Beast)
A inesquecível história de amor entre um príncipe enfeitiçado e uma linda plebéia conseguiu um feito histórico: em 1992, tornou-se o primeiro filme de animação desde a primeira edição do Oscar, em 1929, a concorrer na categoria de Melhor Filme. O filme conta a saga de um príncipe em busca de um amor verdadeiro, único meio de quebrar o feitiço proferido por uma feiticeira, antes que o tempo se acabe e que ele tenha que passar a vida toda em forma de um monstro horrível. Como um clássico da Disney, o filme não poderia deixar de apresentar várias canções interpretadas pelos seus memoráveis personagens, como os empregados do castelo, que também foram atingidos por um feitiço e vivem como simpáticos objetos domésticos e também por Bela, a linda jovem que corresponde ao amor da Fera e que o livra do encanto. História comovente e cativante, “A Bela e a Fera” não é apenas um filme infantil que termina com o tradicional “...e viveram felizes para sempre” e sim um clássico que eternizou belas canções, permanece vivo na lembrança de muitos e que esteve com as mãos bem perto da mais importante estatueta do Oscar.
Babe - O porquinho atrapalhado (Babe)
Esse sim é um filme que surpreende por ter concorrido ao Oscar de Melhor Filme em 1996. A comédia do adorável porquinho Babe, presença garantida na Sessão da Tarde no mínimo uma vez por ano, atrai todas as atenções de quem o assiste. O cenário deslumbrante da fazendo do Sr. Hoggett (James Cromwell) é palco dos engraçados diálogos entre Babe e seu amigos, animais da fazenda, e também das aventuras e confusões que envolvem o simpático leitãozinho que pensa que é um cachorro. Ele tem tanta certeza de sua origem canina que até convence o dono da fazenda a inscrevê-lo no Campeonato Nacional de Cães Pastores, iniciando uma sequência de cenas hilárias e emocionantes de uma história com um enredo diferente e criativo que deixou admiradores em todo o mundo. Admiradores esses que, se não ouviram falar da indicação do filme ao Oscar, hoje, quando alguém comenta sobre isso, se surpreendem com esse feito de um filme tão simples e que não está entre os gêneros que sempre concorrem ou ganham o prêmio.
O sexto sentido (The Sixth Sense)
“Eu vejo gente morta.” “Com que frequencia?” “Todo o tempo.” Essa simples troca de palavras entre o garotinho Cole Sear (Haley Joel Osment) e o psicólogo Dr. Malcolm Crowe (Bruce Willis), com certeza, está entre os diálogos mais marcantes do cinema. A assustadora história do garoto que vê pessoas mortas com certeza já deixou quem o assistiu com alguns cabelos arrepiados na nuca. O psicólogo Dr. Crowe, que sofre com um trauma sofrido no ano anterior, quando levou um tiro de um paciente que ainda se suicidou na sua frente, tenta ajudar Cole (personagem que rendeu a Haley Joel Osment a indicação ao prêmio de Melhor Ator Coadjuvante, na época com apenas 11 anos) com seu problema. Ele tenta mostrar ao menino que os espíritos não querem ferí-lo e que precisam de ajuda, incentivando-o a conversar com eles. Dr. Crowe consegue ajudar o garoto, mas ainda enfrenta problemas, até descobrir que ele também é um espírito. Ele morreu com o tiro que levou de seu antigo paciente, mas permaneceu na Terra porque tinha uma missão a cumprir, ajudar o menino. Um eletrizante suspense, que mexe com os nervos de quem o vê e que faz com que os pensamentos não parem mesmo depois dos créditos finais. Foi indicado ao Oscar de Melhor Filme em 2000. Não venceu, mas para um filme de suspense que possui uma temática incomum aos filmes que geralmente concorrem ao Oscar, só faltou uma estatueta dourada que, perto do sucesso do filme, é apenas um detalhe.
1 comentários:
Interessante o seu blog. Parabéns rapaz!
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